Diante da claridade de tua pele e olhos, sentia certa inquietação; diante de outra pele e olhos, já não tão claros, mas igualmente brilhantes, também sentia o espírito inquieto. De ambas inquietações, concluí: a ferrugem da ansiedade corroendo peito adentro. Por um lado, a espera, por outro, o mesmo. No entanto, a claridade me inquietara de modo ruim: Eu esperava, ao decorrer de minhas ações, controlar aquele brilho até que nem mais o visse. E de certa modo, o que mais cultivava em mim, naquela ocasião, era a paciência. A paciência de ver crescer, como uma planta de asfalto, aquilo que inquietava meu espírito - desta vez, de modo bom. Mas, a planta de asfalto, diferente das outras, cuidadas em vasos, só tem olhos para o acaso, só vive pelo acaso. E esta paciência, de observar e não fazer nada, foi, certamente, uma das mais duras e benevolentes artimanhas que tive de aprender.
- Aisha Lagid
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