quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Se havia algo que...e outros textos incompletos [parte 3]

Achei pela manhã no baú dos meus rascunhos a carta que nunca vou enviar. Também esta carta será que a nunca vou terminar. Mas espero que um dia acabe em mim.  Assim dizia:
Estou escrevendo uma carta a você que nunca vou enviar. Nunca vou enviá-la porque você não me permite. Então escrevo nesta carta tudo o que o foi pra mim, ser o que nós não fomos, estar onde não estivemos. Esta carta será o cuspe de todas as especulações que fiz a seu respeito, mera especulações, dado que te conhecer também não me foi permitido. Creio que nessas palavras também há algo de violento, algo de impulsivo e ressentido, mas neste caso, permanecerão aqui, porque desta vez, sou eu quem não permite que isto ocorra.

Se havia algo que...e outros textos incompletos [parte 2]

Ontem ouvi dos seus olhos que sentia saudade de raspar os dedos nas páginas amarelas de um livro. Sei que lembrou-se do nome e data que marcam o início seu e de outras pessoas naquela página desnuda. Sinto vontade de chorar sempre que me conta isto. Aquele espaço de solidão macia que você ocupa ao raspar os dedos nas folhas amarelas. Disse-me ainda: